Título: O
Saotur
Autora:
Natalia Smirnova Moraes
Nota: 5🌟 + 💗
Depois de se aventurar pelo mundo em um navio de
saqueadores e criminosos, Constantin Teller é levado por um trágico naufrágio à
terras das quais o mundo nunca ouviu falar. Terras guardadas por escudos de
Menelau como se fossem o maior dos segredos. O forasteiro é resgatado por Lyhty
Morken Fin, uma jovem que chama a atenção pelo olhar de cor púrpura e
vitalidade contagiante, e que torna-se uma amiga para a qual ele confessa uma
vida de crimes e promiscuidade. Aspirante a escritor, Constantin deseja espiar
seus crimes quando é levado até a capital onde passa a morar. Mas nem tudo está
em paz nessas terras estranhas e a aparição do forasteiro apenas esquenta ainda
mais os ânimos de um povo dividido, de uma raça oprimida e de um castelo
envolto em mistérios. Um confronto entre o povo das águas e o reino já é
inevitável.
Aventuras, segredos, traições, orgulho e amores proibidos
são apenas algumas das facetas de um lugar cuja existência foi oculta por
séculos. Histórias envolventes que vão mudar o rumo de muitas vidas, criaturas
majestosas e revelações chocantes ilustram os capítulos deste livro.
Sabe quando você lê um livro rápido e fica com a sensação
de que deveria ter lido com menos pressa? Ou quando você mal termina a última página
e já sente saudades dos personagens? Ou então quando você se envolve tanto na
história que ao chegar na última página parece que arrancou um pedaço de você? Ou
pior ainda: você termina de ler o livro e atazana a família toda, os amigos, os
primos, os desconhecidos, a autora, quer tatuar na testa e por uma placa na
cidade mandando todo mundo ler porque o livro é bom demais? Isso tudo aconteceu
comigo quando eu li O Saotur. Juro pelos meus livros!
O livro começa com o Constantin acordando numa praia sem
saber em que diabos de lugar ele está. Tem uma criança ali também? Isso é uma
garota conversando? Quem está falando com ele e porque ele não consegue falar
nada?! Mais tarde Constantin fica sabendo que a garota é Lithy – uma pequena e
atrevida moça para falar a verdade. Tão curiosa, que tem a audácia de só dar respostas a ele, se ele responder as perguntas dela! (Hello, Driele, minha
irmã, por acaso você é personagem de um livro e eu não sei?!)
Constatin acorda numa casa que não conhece, num quarto que
não conhece e completamente nu! Teria sido aquela garota que tirara suas
roupas? Como assim ela tirou suas malditas roupas?! Quando Lithy aparece e
apresenta-se, o forasteiro não tem dúvidas de que aquele lugar é totalmente
diferente de tudo que ele já viu – e olha que ele já viu tantos lugares! Enquanto
tenta se adaptar e conhecer aquele mundo que ninguém lhe diz o maldito nome,
Constantin percebe que há algo muito misterioso ali, começando por aquela
enorme estátua no meio da cidade que, segundo Lithy, protege o povo. E aquelas
pessoas vendadas que passaram na feira e todos abriram caminho para eles? Quem são
essas tais pessoas que Lithy diz que vão vê-los e porque é tão importante que
isso aconteça? E por último e talvez o mais importante: como em todos esses
anos de viagens e mais viagens ele nunca ouviu sequer um murmúrio sobre aquele
lugar tão belo e misterioso?
A única certeza que Constantin tem é que a embarcação em
que ele estava naufragou e que ele foi salvo por alguém. Mas quem?
Genteeee, sério. Você se envolve tanto no livro que chega
um momento em que você está se perguntando essas coisas, antes dos personagens.
Atrevo-me a dizer que nunca li nada parecido com isso em
toda minha vida!
A beleza do lugar criado pela autora, a simplicidade da
narrativa, a quantidade de personagens que fazem a história correr e todas as
peças se encaixarem no final, a curiosidade e bravura da Lithy, o medo e
atração pelo desconhecido de Constantin, as tretas da realeza (sempre tem que
ter! hahaha) e o medo encarnado em todos os moradores dali, fazem você devorar o
livro rápido e ainda chorar porque não tem mais.
Estou tentando com todas as minhas forças não encher a
resenha de spoiler, mas é difícil!
A “lenda” que envolve aquelas terras desconhecidas é linda, triste e faz você querer pegar os envolvidos e segurar no colo e dizer que
vai ficar tudo bem. A existência dos Saotur, criaturas que segundo os moradores
são más e repulsivas, mas que para Elena e para mim, são extraordinárias e tão
estranhamente humanas.
Você que está lendo a resenha não entendeu nada? É sinal de
que você tem que adquirir agora esse livro, ler e amá-lo assim como eu. Quem já
leu com certeza vai entender.
A linguagem é simples e objetiva. O universo criado é
perfeito, o livro é perfeito, não há furos no enredo. Os personagens são bem
construídos e trabalhados ao longo do livro. A dose de fantasia fez tudo ficar
lindo e bem entremeado. Tudo no livro é bom. Eu poderia passar horas listando
as qualidades de O Saotur. O final é surpreendente (e pqp quase morri com ele)
e deixa com um gostinho de quero mais. Estou escrevendo isso tudo e me
perguntando porque tem gente que ainda não leu essa belezura. O mundo precisa
conhecer O Saotur.
Estou louca pela continuação!
Natalia, muito obrigada pela oportunidade de ler esse livro
maravilhoso e apaixonar-me por esse universo e essa escrita que ficou alojada
bem aqui no meu coração. Todo sofrimento que passei lendo valeu a pena.
"Algo mais correu pela mente do jovem, algo que o fez engolir em seco e até repensar tudo que sabia sobre as pessoas desse lugar. Ele não era um prisioneiro, isso estava claro. Mas também não era um convidado como imaginava ser.
O forasteiro na realidade era um homem perdido.
Um homem engolido pelo paraíso."
Quem já leu? O que achou? E você que não leu, tá esperado o
quê?






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