quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Bora Ler Nacional?| Mitorégia: O mistério do unicórnio - Rodrigo Roddick



Título: Mitorégia: O mistério do unicórnio
Autor: Rodrigo Roddick
Nota: 4 🌟

Sinopse: Um mago púrpura chamado Abeo Moldrus prevê o retorno de Hyrobe, um feiticeiro muito poderoso que há muito assolou as terras que outrora dominava; também vê a volta do Cavaleiro Alado, herói mitoregiano que surge sempre que sua terra é ameaçada. O único capaz de derrotar Hyrobe.

Sua descoberta é informada apenas ao Rei Azul, mas a notícia se propaga descontroladamente e acaba chegando aos outros impérios. Assustados com seu conteúdo, os imperadores decidem destruir Mitorégia para prevenir o ressurgimento de Hyrobe.
Ao mesmo tempo em que essa profecia repercute pelo império mitoregiano, um anjo descobre que os deuses jogam com a vida dos seres vivos, por isso deixa os céus à procura de três magias na Terra capazes de matá-los.


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“Há um universo de segredos que descobrimos nas pessoas ao apenas darmos a elas um olhar mais atento. ” – Mitorégia, pg 67.

Eita livrinho que me deu dor de cabeça. Isso por dois motivos: 1) tem tanto personagem que é difícil memorizar e 2) é muito fácil se perder na história. Mas agora olha a controvérsia da madame: o livro é bom! Muito bom!
Nas primeiras páginas do livro, já somos informados sobre o vilão, Hyrobe e o salvador, Cavaleiro Alado. Engana-se quem acha que é só isso. Acontece que o que não falta é conteúdo nesse livro. Como a história é repleta de aventuras, é difícil explicar a história sem soltar um monte de spoiler, então vamos ao essencial: um grande mal quer se apossar de Mitorégia e esse conseguiu aliados em várias partes, espera-se que uma pessoa salve o reino e este é o Cavaleiro Alado. Capisce?
O livro traz três tramas principais: o grupo liderado pelo Morath, composto por elementais e outros seres; um grupo que se forma depois compostos por seres de várias raças diferentes, entre eles um gnomo e uma fada; e o Pensador, que tem sua própria narrativa, fora da linearidade das outras, mas não deixa de ser importante.
O primeiro grupo, liderado pelo Morath, está em busca de respostas para alguns problemas que eles notaram em Mitorégia – todos ligados a destruição que o vilão está trazendo – e alguma forma de reverte-los. Dentre eles há um anjo, Edheriel, o qual descobrirão ser muito importante nessa jornada. O segundo grupo se forma meio aleatoriamente/por desejo do destino e eles estão em busca do Cavaleiro Alado, pois precisam alertar o mesmo de que o problema é muito maior do que parece. O Pensador é a incógnita da estória. As narrativas dele são as mais interessantes e ele está numa jornada de descoberta, ao lado de Dayena, e tenho certeza de que seu proposito será apresentado em breve, mas não deixa de ser importante para a construção da trama geral do livro.
Uma característica diferente desse livro é que ele tem aventura atrás de aventura. Então muitas vezes há poucos diálogos e há circunstancias em que esses aparecem e são bastante rasos e com observações obvias, mas que claro, fazem a diferença ali no contexto do livro. Confesso que demorei bastante na leitura de Mitorégia, talvez por ter demorado para eu me envolver. Eu achei complicado seguir a estória no começo, porque há muitos personagens e todos eles são importantes a sua maneira. Mas também quando pega o embalo você fica muito curioso para saber como tudo vai continuar. É descoberta atrás de descoberta, muitas cenas de ação, seres exóticos e até mesmo bizarros, coisas que eu nunca imaginei ver em um livro aparecem aqui e tem personagens que a gente se apega muito, como é o caso de Páris e Junle. Achei os dois muito corajosos.
A motivação do vilão, embora seja ressaltada a todo tempo no livro, não é muito clara ainda, porque eu sinto que há muito mais por trás disso tudo. Vamos esperar uma continuação, né? Como nem tudo são jujubas, há coisas no livro que me deixaram bem frustradas, como alguns diálogos longos e sem graça e também umas cenas de ação que soaram bem forçadas. Mas, e ressalto um grande, MAS aqui, isso não tira o encanto do livro. Até porque há tanta coisa acontecendo que a raiva passa rapidinho.
Enfim, Mitorégia é um livro intenso, cheio de aventuras e personagens peculiares. É narrado em terceira pessoa – exceto nos capítulos do Pensador – e te permite um vislumbre dos pensamentos de cada personagem. É cheio de elementos míticos, numa mistura de Terra Média e As Crônicas de Nárnia, que faz o leitor querer desvendar tudo e se meter no meio do livro para ajudar os personagens a saírem dos perrengues. O final talvez tenha sido o que mais me impressionou, aproveito para roubar um trechinho do livro e expressar o que senti com ele: “Se alguém não demonstrou estupefação diante desse comentário foi porque desmaiou. ”

Se procura ação, aventura, drama, romance, seres inacreditáveis e tiradas filosóficas, Mitorégia é a solução. 

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